CUIDADO! Este blog é só pra OMES ja crescidos! Tirando apenas estas excepções:

o ZÉ TOLAS, que é baixinho,
o OME DO MONTE, que ainda não chegou lá,
o QUIM PESCAS, que já nasceu grande,
o TONE BOSTAS, que em vez de lá chegar deu uma cabeçada,
e o LA BOUSSE, que nos mandou a todos à la merde.







14/04/2008

AS OMAVENTURAS

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ZÉ TOLAS e QUIM PESCAS CAÍRAM NO TERRAÇO DAQUELE IMENSO ARRANHA-CÉUS, cuspidos pelo escritório elevatório do Ping Li Pong. Ainda amarrados e bem amarrados por nós que não eram cegos, no meio dos cacos do vidro fosco que atravessaram a eito, deram um jeito para se conseguir levantar, o que se provou difícil. Habituaram os olhos à claridade e tentaram equilibrar-se em cima dos pés. Não havia protecções nas bordas da construção. Via-se a CAPITAL toda, mais os outros edifícios da Ping Digitália a toda a volta daquele complexo enorme, que até tinha uns jardins catitas e umas árvores numa espécie de parque adjacente, a cerca de cem metros de profundidade.

“ZÉ, ESTÁS BEM?”

“TOU! E TU?”

“VAI-SE ANDANDO!”, bradou o QUIM, visivelmente excitado por toda aquela maluqueira.

Bem, facto é, tinham escapado ao Ping Li Pong. Mas ainda não estavam a salvo. QUIM rodou sobre si, rodando também o ZÉ, como é evidente.

“ESTÁS A OUVIR O MESMO QUE EU?”, disse QUIM.

“TOU!”

O barulho das hélices de um helicóptero a trabalhar era inconfundível. Era tão alto que forçava-os a berrar para conseguir ouvir-se um ao outro.

“Ó ZÉ, ACHO QUE ESTÁ PARA AQUI O HELICÓPTERO EM QUE ME TROUXERAM! VÊS ALGUMA COISA DESSE LADO?”

“NÃO!”

“EU VEJO MAL AO LONGE! VOU RODAR! VÊ TU DAQUI!”

Rodaram em si outra vez. ZÉ TOLAS percebeu que o terraço ainda se estendia por uns bons metros quadrados. O próprio topo do edifício tinha vários andares, e eles estavam no mais baixo de entre eles. O helicóptero estaria, provavelmente, no de cima.

“Temos de subir uns pavimentos.”

“HÃ?”

“TEMOS DE SUBIR!”

“VAMOS EMBORA!”, disse o QUIM, a tentar saltar em direcção ao isqueiro em forma de pistola que caíra para ali, e pegou-lhe com vontade, “VENHAM ELES!”

Mancaram o que puderam até ao limite daquele bloco, e foram saltando pelas esca-das, uma a uma, magoando-se um, magoando-se o outro, depois tropeçaram e caíram rebolando até a um outro piso. Finalmente, contornaram uma esquina e outra e viram o helicóptero a começar o seu funcionamento na área com um enorme “H” no pavimento.

“QUIM, O QUE É QUE ESTÁS A PENSAR FAZER?”, disse ZÉ TOLAS, mal se sentiu a ser arrastado na direcção do meio aéreo.

“A LIMPAR O ESTERCO QUE FIZ”, justificou o outro.

“COM MAIS ESTERCO AINDA?”

Só estava o piloto no helicóptero. Provavelmente, e porque estava a retomar a mar-cha, e a iniciar o motor, ia-se embora, uma vez trazido o QUIM lá dos altos mares onde o pescaram. ZÉ não percebia o que é que o pescador, amarrado e indefeso, estava a pensar fazer. Mas tudo se tornou muito claro quando pincharam até à máquina e subiram a bordo. O QUIM, com os pulsos presos e juntos, ergueu a pisto-la para o piloto chinês com uma cara bastante ameaçadora.

“STOP! PAROU!”

O piloto pode não ter ouvido o que disse o outro, mas percebeu perfeitamente a mensagem. Afastou logo as mãos dos comandos e ergueu-as acima da cabeça. Mas ZÉ TOLAS não percebia.

“QUERES FICAR AQUI?”

“HÃ?”, pensou o QUIM, “… NÃO!”

Voltou a virar-se para o piloto.

“TOCA A ANDAR! UPA! UPA!”

Soou a sirene de alarme no edifício dos chineses. O piloto levantou voo, e, se não fosse o ZÉ a agarrar-se com os dez dedos que tinha nas mãos, iam os dois OMES cuspidos de volta ao cimento da área “H”. A muito custo, meteram-se no banco do co-piloto, os dois atafulhados um no outro, o que só atrapalhou o condutor, que começou barafustar e a gritar muito. Esta sua reacção é compreensível, visto que as botas do QUIM carregaram inconscientemente numa série de comandos e nivelado-res.

“TEM CUIDADO!”, disse o ZÉ TOLAS, “AINDA NOS MATAS!”

“O QUÊ?”

O helicóptero, já bastante alto, começou a dar umas voltas indevidas, e a perder alti-tude rapidamente, o que só contribuiu para mais confusão no seu cockpit. E vai uma bota para a cara do chinês, e a tola do ZÉ para cima dos interruptores todos, mais um braço do QUIM nos rins do ZÉ, e, tudo somado, uma confusão, e o helicóptero caiu a pique.

GRITARAM TODOS QUE NEM UNS PERDIDOS, O ESTÔMAGO QUASE A SAIR-LHES PELA BOCA, e o desgraçado do PILOTO, desesperado, meteu as mãos por entre os dois OMES, num gesto desesperado para regular o helicóptero, pôs uma mão no volante controlador e outra no lugar onde tinha guardado o canivete que usava de vez em quando para cortar as unhas. Pegado no canivete, ia a enfiar a lâmina num dos OMES quando o veículo guinou para um lado, e depois para o outro, e o QUIM pegou no canivete, e cortou a corda que o ligava ao ZÉ a algum custo, e nisto tudo o helicóptero já estava quase a colidir contra o solo. Um murro no chinês, outro que foi recambiado para os controlos sem querer, e a hélice endireitou-se no último momento. Os ferros inferiores da máquina tocaram violentamente no chão, BATERAM TODOS NO TECTO e CAÍRAM OUTRA VEZ.

Adeus jardins tão bem arranjadinhos. O helicóptero, com toda a velocidade a que vinha, entortou e tombou; voou o QUIM para fora do veículo, e o ZÉ, já solto do outro, embora com as mãos e pés atados, ia tentar fazê-lo, mas arriscava-se a ser fei-to carne picada pela lâmina que ainda rodopiava no seu eixo, escavando na relva e mandando tufos de terra para todo o lado.

QUIM caiu ao chão e ainda cambaleou ao levantar-se. Olhou para a sua frente. A LÂMINA ESTAVA A ABRIR UMA FOSSA NO CHÃO DO JARDIM, ATIRANDO TERRA PARA TODOS OS LADOS, E VINDO NA SUA DIRECÇÃO, PRONTA PARA LHE CORTAR A CABEÇA.

QUIM saltou imediatamente para o chão e começou a rebolar de lado dali para fora, tão rápido como o seu amor à vida o exigia. Sentia a deslocação do ar a sugá-lo, mas NÃO CEDIA!

Por outro lado, o ZÉ já saltou na direcção oposta, e começou a correr, assim que se levantou, em direcção das árvores. Já conseguia ver, nas entradas dos edifícios, dezenas de chineses a agrupar-se e a carregar armas. TIROS!

OS CHINOS COMEÇARAM A DISPARAR! ZÉ refugiou-se atrás de uma árvore imediatamente, aos pinchos porque é lixado andar amarrado, MAS TINHA O CANIVETE DO PILOTO PARA CORTAR O RAIO DAS CORDAS. QUIM, ainda a comer terra, lama e penas de uma pomba sem sorte, fazia os possíveis por se man-ter afastado da lâmina letal. Ouvia, de vez em quando, uns tiros a fazerem ricochete, mas não fazia caso. Entre disparos e ser feito carne para salsicha, venha o Diabo e escolha.

ZÉ sentia os chinos a aproximarem-se demasiado. Era o fim. Agora não havia hipó-tese. MAS, DE REPENTE, APARECEU UMA CARRINHA DE CAIXA ABERTA por entre os montes do jardim, QUEM ERA? UM CHINO?

ERA O OME DO MONTE!

“SALTA, ZÉ!”

ZÉ nem pensou duas vezes: saltou pela janela para o lugar da frente da carripana do OME, mesmo em andamento, ficando com metade das pernas de fora a mexer em seco. TINHA O CANIVETE. CORTOU AS CORDAS DAS MÃOS.

“O QUIM?”, inquiriu o OME DO MONTE. Mas logo o viu. TRAVOU A FUNDO. O QUIM ESTAVA ENCURRALADO. SE O HELICÓPTERO GIRASSE mais um bocado sobre si, ELE FICAVA À MERCÊ DOS TIROS.

“APANHA-O!”, gritou o ZÉ.

“E COMO É QUE EU O APANHO?”, berrou o outro. NESSE MOMENTO, UMA EXPLOSÃO DESCOMUNAL abanou toda a gente. O OME DO MONTE até pen-sou que fosse o da sua carripana, mas não era, graças a Deus. O motor do helicóptero EXPLODIU, e uma das lâminas enterrou-se a centímetros da cabeça do QUIM e a outra RASOU a carripana do OME DO MONTE, indo de encontro aos chineses que disparavam tiros, apanhando alguns de surpresa. O OME DO MONTE ACELE-ROU, O QUIM PESCAS SALTOU para cima dele, E DEU COM O QUEIXO NO VIDRO DA FRENTE DO CARRO DO OME DO MONTE, que fez meio pião qua-se com as rodas de lado, invertendo assim a marcha e acelerando dali para fora, sempre com o equilíbrio necessário para o QUIM (que não tinha as mãos soltas, logo, não se podia segurar) não sair cuspido de cima do vidro da frente do carro do OME DO MONTE.

ZÉ SOLTOU AS MÃOS. NO ESPELHO RETROVISOR, VIAM-SE CHINOS A ENTRAR EM CARROS. O OME DO MONTE METIA A TERCEIRA E ACELERAVA.

“PEGA NA MINHA CAÇADEIRA, QUE ESTÁ NO PORTA-LUVAS!”, disse o OME DO MONTE PARA O ZÉ TOLAS, “E CHOVA CHUMBO PARA CIMA DELES!”

(...)

Não percam, brevemente, a próxima OMAVENTURA!

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